2006-02-21

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Quando os corpos se
enlaçam
a ternura revoltosa
brota como
gotículas cristalinas
acariciando o desejo
virgem

nascendo e
crescendo
por entre os regalos
preenchidos
que constrois
dia a dia
nessa busca confusa
e torturante
que a tua passividade
chora e
calada
remói
no barco
onde voaste
pelas colinas
da luta incansável
que trocas na
pirâmide de ontem
que hoje
proclamas
e justas
pelos homens...
Homem erguido
semblante descoberto
orvalhosas lágrimas
em que a semente
desdobrou
os traços vitoriosos
memoriosas contusões
pela paz ansiada
com sons coloridos
espamosos
de sôfrega ambição
contorcida

(anos90)

1 comment:

Rui said...

Pelos vistos os anos 90 já tinham qualidade :) Poema muito bom, gostei mesmo.