2006-02-21

Fechados .........


fechados no mundo, caminham seres que se entreolham, sem olharem... nem o caminho, nem os outros, nem as flores, nem as formigas...
e escutar?
escutam-se? perscrutam-se? e envolvem-se? nan... o medo cega-lhes o trajecto, tropeçando aqui , ali....
envolvidos com as roupas, os carros, a televisão, tacteam pelos cantos, arestas, mesmo quando chega uma ferida... e outra... mais outra...
lambem-na e continuam a marcha... adormecidos, investem de olhos abertos pela selva, que constroiem elaboradamente, sem ordem, sem estruturas, mas sim com contrafortes, porque o medo diz-lhes: segurem-se, agarrem-se, fujam, encubram-se...
aquilo que apelidam de entrega, não tem outro rosto, que não o de possessão uns sobre os outros...
donos disto... daquilo... daquele... daquela...
- Não tens o direito! - diz além...
- O dever diz que.... - exalta acolá...
- Moralmente, as cobertas surgem tolhidas de ... palavreado... cobiça... inveja...um colorido deveras rebuscado pela promiscuidade, pelo preconceito, pela ingenuidade? ou ignorância??
folheamos as páginas, e este romance não tem entusiamo; há uma secura interna, que explode e repousa nos poros de quem o absorve... contaminando-os ao comodismo, á sonolência arrastada, à deglutição de alguns sabores, que povoam pelo ambiente desfazado, em que se deliciam embranhar...
um amanhã nasce, convidando á descoberta, ao sonho e ao caminho da aprendizagem!
estendo a mão ao Sol, que rega as fissuras do caminho escolhido...

(vamos continuar noutro patamar?)

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