2006-08-26

uma montanha


os sulcos que sinto nos entrelaçares
têm um sabor
que nunca chegam á satisfação
quanto mais caminham, mais quero...
.....
quando sinto o rio
dentro de mim...
a sua frescura e vida...
não quero que se vá!
......
quero que me percorra e me traga a sua Voz!!!
e, me relate as carícias
as volúpias, por entre as raízes...
......
que me leve ao mar...
e, me dê a conhecer os seus segredos
as suas alegrias e tristezas, porque
as lágrimas são sorrisos que
se transformam em rios, em mares...
....
ver-te em mim, faz-me sentir viva!
e, eu quero viver!!!

mudança



Hoje, vagueei por ondas que os seres humanos sonham, mas não acreditam.
Hoje, quis acordar, mas o meu corpo recusava-se...
Hoje, sorri enquanto dormia...
Hoje, voava, de mão dada...
e, hoje, acredito, em mim...
porque eu só existo... para mim?
......
.......
as árvores cantam...
os peixes sorriem...
os rios crescem e escrevem...
as estrelas ditam...
..........o universo?!
.....
......
Quando a vida te traz "puzzles" para resolveres, que fazes? Desistes? Ou tentas juntar as peças? Ou simplesmente, olhas para elas e questionas o que são e para que servem?
Sorri! E, depois, olha as peças e perguntas-te: - foi isto o que pedi? Se não têm, exactamente, o rosto, que imaginaste, é o mesmo? Talvez seja! Observar, atentamente, e aceitar, é o primeiro passo! A maior parte das vezes, os rostos que imaginámos não são os que se coadunam, mais, ao nosso caminho. Porquê? Porque o Cosmos "sabe" mais do que nós.
Por que o Cosmos? Porque fazemos parte dele, só isso!
....
....
Mas íamos num "puzzle", como quem vai num labirinto, ou numa montanha russa ...
As peças têm configurações que não pensámos, nem desejámos... mas estão lá, com alguma função! Vamos descobrir? Ou fugir?
A construção do "puzzle" traz-nos a mudança, a transformação de nós! Não sabíamos que o desejo implicava tamanho esforço? Ah, queríamos acreditar que seria como a chuva, simplesmente, surgia?? Mas nem a chuva surge, sem um caminho!
Eu aceito os desafios. E, vós?

2006-08-21

uma caminhada...



quando sentir
......é um entrelaçar de dedos...
quando entregar
.....é o olhar na mesma direcção...
quando tocar
.......é deixar o outro falar com o corpo...
quando caminhar
........... é navegar nas ondas do outro...
quando escutar
......é saborear os doces que ecoam na garganta do outro...
quando respirar
......... é sorver o ar que o outro inspira...
quando sorrir
.......... é voar nas suas mãos...
quando recordar
............ é deixar de ser eu...
quando ter-te em mim
..........é esquecer o mundo...
quando voltas?
........ é viver-te em cada segundo...


Entrega total... não é amar sem esperar nada em troca. Entrega total é algo mais. É diferente, também! A entrega total não fala da entrega de um ser a outro. Não, fala da entrega de um só indivíduo. Eu não sei se existe alguma teoria que fale disto; eu falo do que... como costumo dizer, é a minha teoria. Ou algumas das suas estruturas. Falar da entrega total, terá de ser necessário um trabalho com pesquisa, que posso porpôr-me. Quem sabe! Mas, sinceramente não tinha suposto que alguém me fosse responder... Fica o desafio. Obrigada! Antes de pensares na entrega total, reflecte no que é o AMOR. Porque falaste em dar sem receber? O Amor é isso? Dar sem receber? E, como é que os seres humanos fazem isso no seu dia-a-dia?
Estão uns comentários, algures em dois artigos, de alguém que partilhou oque sente e descobre. Falava de amor?

"...quando se ama pq não preservar e viver só esse sentimento?! pq não acreditar mais no outro?! pq não viver a não pensar na insegurança ou na hipótese de "falha" de um relacionamento, mas sim no que de bom esse relacionamento tem ou pode ter?!A incerteza e a desconfiança são ervas daninhas q crescem e minam, então pq não procurar a felicidade no relacionamento e ser feliz e fazer feliz?! ...." e ".... Próximo passo: parar de pensar pelo outro... consciencializar sim, mas tb verbalizar, não pelo, mas sim COM o outro... aprender a pedir e a receber em amor. Este é mais um desafio p partilhar..." -- de anónimo

Isto é amar? Fala de amar? E, como se vive amar? Um dos ingredientes, ainda não foi mencionado; um dos mais difíceis de se viver; sim, fala-se nele,mas vivê-lo... é tão difícil e a maioria dos seres, que o mencionam, acham que por esse facto, já o fazem. Caminhar na construção que se chama VIDA, é um desafio constante; batalhas inúmeras; aprendizagens constantes, a cada esquina, em cada rosto, em cada aperto de mão, em cada olhar trocado. A coragem vem de acreditar, de se sentir parte de... si próprio, do outro, dos outros/as, do mundo. O sorriso a arma mais forte! Um sonho: quanto eu gostaria de vos dizer, em palavras, o que é AMAR!!! Mas, um dia, eu vos mostrarei seres que o personificam! Eles existem, ao meu redor! Bem-hajam!

2006-08-20

um domingo


As saudades foram saciadas, á medida que os passos percorriam o caminho pedroso.
O ar tinha uma música, que falava de algo novo.
A redescoberta estava lançada?...
O meu rosto transparecia a busca que toma conta de meus actos? Não sei! Mas, por vezes não queria que sucedesse.
Aprender a caminhar pelos trilhos, que se assemelham á minha face... ou que eu escolho...
É um desafio que abraço, nós sabemos!
Mas quando as lições trazem comportamentos que já não quero viver, o que significa? Que tenho de parar!
...
Alguém perguntou-me (muitos "alguéns", aliás!) o que queria dizer:
- Sem o meu Amor, a Transformação nao chega. Entregar o melhor que tenho, mesmo que pareça dura e tensa - os seres humanos ainda não descobriram o AMOR! Aprendem! E....

Fica a reflexão
.....
Paragem... Surgiram sugestões, como estratégias. Uma delas era: ser paciente: como? Olhar o sol entre as montanhas quando ainda espreita .
Mas se subir depressa, posso cair e atrasar-me. Se for a correr, chego antes de ele nascer e posso decepcionar-me? E, se subir antes de tempo, é de noite e não verei o que procuro.
Quando ele estiver no seu esplendor, e eu tiver percorrido o caminho, a sua energia é minha e o que procuro entra em mim!
Assim, como aprender a descansar, deixando a minha mente parada, isto é, tranquilizar as minhas ideias, encontrando o silêncio. Encontrar o meu espaço de silêncio e descanso, dá-me as condições para me escutar e ter os dados suficientes para tomar decisões.

São imagens, palavras; mas como se vive isto? Esta é a aprendizagem, que partilho convosco!
Mas deixo-vos outra questão: o que é a entrega total?

2006-08-09

além, em áfrica


.....correndo por entre riachos, que sussurram os segredos duma vida e dum corpo, tornando-se num ser?!
......lateralizados os passos, percorreu batalhas vencedoras, cujos gritos silenciosos, ecoam pelas minhas veias...
.....os seus olhos ternos, permanecem no pulsar do meu sangue e as suas mãos deslizam os seus esconderijos, edificando o castelo, que enaltece a sua ufania!
...................nomear os silêncios por entre os dedos, como grãos de areia escorrendo por silvos, transpiram volúpia...

virou-se um barco, porque o rumo era estranho
torneou-se um aeroplano, porque o fugídio sopro...
incorporou-se uma teia, porque a fuga era ali...

numa refrega, a colonização transforma-se em canaviais entoando a fresca essência...

cinturava-se com a águia, cujo grito é o seu!!!!

o abraço tem um rosto adocicado, como o seu calor...
a entrega é como as entranhas dum vulcão!!!

seu surgimento é azul como o seu interior.....





2006-08-08

a barca dos amantes


A serpente
..........envolveu-se
......e num silvo
....desceu
............e percorreu
.........a estrada
.......das palavras
......................e dos corpos...

....o encontro
............embateu
.....num rosto
................dum olhar profundo e lânguido...
.....revestiu-se
..............de liberdade
..............................de sagacidade...

de olhares trocados
.........brotou
...............a descoberta
dum barca
.............por desvendar!.......







2006-08-06

um sorriso



O encontro surgiu
..como a flor abre as suas
...........................pétalas...

o caminho
teve o rosto
.......... do entardecer...

as palavras
......surgiam com cumplicidade

foram momentos
.........doces...
com carinho
......sem agruras...


os olhares
...... alguns fugazes
falavam de serenidade...

ficando
........um saboroso
vazio
....por...

...........viver???

2006-08-03

"Eu, tu e todos os outros que nós conhecemos"


Fui outra vez...
onde??? (sorriso)
á "caixinha mágica"...
e vi uma obra de arte!
"Eu, tu e todos os outros que nós conhecemos"
quando lá estou, saio deste planeta...
e, hoje, aconteceu, novamente!!!
sim, estar a partilhá-lo, no momento não tem sido possível, mas... as aprendizagens... são mesmo assim... á nossa medida.
Mas, venho com o coração pleno, com um sorriso que me enche e que me faz nascer a vontade de falar com meio mundo e dar-lhe de mãos cheias o que sinto, a alegria, o amor!
Como os seres humanos têm medo de amar?
Amar não dói!
O sofrimento surge porque somos aprendizes e ainda desconhecemos que somos nós que nos permitimos magoar, porque não acreditamos em nós, porque não sabemos o valor que temos, porque acreditamos mais no que os outros nos dizem/apontam do que no que acreditamos em nós.
Gostava de vos poder contar: eu não tenho medo de amar! Querem ver???

“Educação para a Paz e para a não violência" – de Dalila Paulo


Quero partilhar algo convosco.

Vou transcrever um artigo, da revista "psicologia actual", que me fez feliz, por sentir que são aspectos que eu transmito aos outros. Quem os ler, vai revê-los... Obrigada!

Educação para a Paz e para a não violência – de Dalila Paulo psicoterapeuta, facilitadora da Arte de Viver em Paz. Presidente da Unipaz-Portugal Campus Avançado da Universidade Internacional da Paz



Se perguntar a qualquer pessoa se quer viver em paz e em Não-Violência ou, em permanente agitação interna e externa, resolvendo os conflitos de forma violenta, o mais certo é que lhe respondam que a primeira opção é não só a que consideram a mais adequada como a que mais desejam.

A resposta é a de que somos fruto de uma crise de fragmentação resultante do exacerbamento de uma orientação assente no paradigma newtoniano-cartesiano que coloca a ênfase sobretudo na Razão e numa lógica mutuamente exclusiva, isto é, nada é verdadeiramente digno de consideração a não ser que quantificável e analisável pelo Pensamento e pela lógica de que A é necessariamente de B.

Foi com base neste paradigma que construimos um mundo interno e externo fragmentado e mutuamente exclusivo.

Vejamos ao nivel externo este paradigma trouxe-nos uma sociedade com um modelo competitivo e exclusivo, "só posso ganhar se tu perderes", "só posso ser rico se tu fores pobre", "só posso ter lucro se tu tiveres prejuizo" e desenvolveu um sistema de ensino assente sobretudo no Pensamento, na passagem discursiva de informação.

Ao nivel interno, trouxe-nos um ser humano desarmonioso, fruto de uma educação que tem uma visão fragmentada do Ser, que apenas considera a função razão, a aquisição da informação e do saber fazer técnico e se esquece de educar as outras funções psíquicas que tal como definidas por Jung são o Sentimento, a Sensação e a Intuição. Um sistema de ensino que promove doutorados, que permanecem, inúmeras vezes no bê-á-bá da capacidade de lidar com as emoções pessoais e as dos outros e no jardim-de-infância das suas capacidades intuitiva e sensitiva. Discuramos o discurso sobre a Paz e a Não-Violência mas não aprendemos a Paz e a Não-Violência.

Como sair então deste ciclo vicioso?

Com as descobertas da Física quântica, particularmente de que, ao nível do microcosmos, o quantum tem a probabilidade de ser simultaneamente onda e partícula, nasceu um novo paradigma que tem vindo a possibilitar o resgate de uma visão holística da realidade e o assentar numa lógica mutuamente inclusiva, que torna possível passar do “ou isto ou aquilo” para o “isto e aquilo”.
Para sair do ciclo vicioso, precisamos, então, começar urgentemente a balizar o nosso olhar sobre o mundo através de um paradigma inclusivo. Um paradigma a partir do qual é possível a construção de um sistema educativo para a totalidade do Ser, isto é, para a promoção do desenvolvimento equitativo e equilibrado de todas as dimensões do ser humano: o corpo, a mente e o espírito.
É necessária a expansão de modelos educativos em que à inteligência racional seja adicionada a inteligência emocional e espiritual, colocando assim em acção, tanto o hemisfério esquerdo, como o hemisfério direito.
Uma Educação para a Paz e Não-Violência é então aquela que assenta numa abordagem holística do acto de educar, onde cada momento de aprendizagem acontece colocando em acção cada uma das funções psíquicas (razão, sentimento, sensação e intuição).
Tomemos um exemplo para tornar mais clara a diferença entre a apresentação de um momento de aprendizagem mediante um sistema de ensino baseado na passagem da informação e da técnica (Modelo 1) e um sistema de ensino para a Totalidade do Ser (Modelo 2).

Módulo sobre o processo germinativo das plantas:
Modelo 1
Ø Passagem de acetatos com a descrição dos passos da germinação
Ø Semear e observar o processo de crescimento
Modelo 2
“Quem vivencia não decora, aprende a vida”
Ø Vivência corporal do processo germinativo. O corpo passa por todos os processos
Ø Relação entre o processo da planta e a sua história pessoal. Eco das emoções surgidas com a vivência corporal.
Ø Exercício meditativo: Ser “Um com a Planta”
Ø Passagem de acetatos como a descrição dos passos da germinação
Ø Semear e observar o processo de crescimento

Um modelo educativo para a totalidade do ser é aquele que inclui uma aprendizagem da Sabedoria das emoções, que só acontece através de uma “inducação”, um tempo de verdadeira vivência que torne possível;
Ø Reconhecer e enfrentar as emoções pessoais, os seus medos, sentimentos de perda e de rejeição.
Ø Aprender a amar-se a si mesmo
Ø Aprender a enfrentar e reconhecer as emoções dos outros
Ø Aprender a lidar com as emoções dos outros de forma criativa
Ø Aprender a lidar com o stress

E abraça também a dimensão espiritual, quer dizer, a aprendizagem vivencial dos vários níveis de consciência, das dimensão onírica, simbólica e universal.
É uma educação que, tal como refere Jacques, se baseia em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a Ser.
É também desta forma que á Paz pode ser dada uma dimensão mais profunda do que a usual convicção de que é o oposto da guerra. Ela passa sobretudo a ser um estado interior advindo da capacidade de dar atenção ás emoções destrutivas do bem-estar emocional e espiritual, tal como o ódio, a raiva, o ciúme, a inveja e o medo e de os transformar nas emoções catalisadoras da felicidade, foi como o amor, a compaixão e a alegria.
A Não-Violência é o resultado óbvio desta transformação interior.

Como pode dar passos em relação a esta transformação?
Através das quantro vitórias na transformação das emoções destrutivas em emoções de paz:
Ø Ocorreu uma situação conflituosa onde deixou que a zanga tomasse conta de si e por isso reagiu violentamente, quer do ponto de vista verbal/psicológico, quer do ponto de vista físico. À noite, depois de acalmar, torma consciência que a reacção foi exagerada.
1ª Vitória: No dia seguinte fala com a pessoa com quem esteve em conflito e diz-lhe que a sua reacção foi exagerada e pede desculpa por isso.
Ø Ocorre uma situação conflituosa, sente que a sua raiva começa a subir, entra nela, e começa a reagir violentamente.
2ª Vitória: Num determinado momento, lembra-se deste artigo, começa a baixar a sua reacção violenta e permite-se escutar o outro e encontrar pacificamente uma solução.
Ø Ocorre uma situação conflituosa, sente que lhe chega a sua raiva.
3ª Vitória: Observa-a a chegar, acolhe-a dando-lhe uma flor, ou o que achar melhor, mas não entra nela e continua a resolver a situação de forma pacífica.
Ø Ocorre uma situação conflituosa, sente que a raiva chega.
4ª Vitória: Transforma-a num dos catalisadores da Paz (Amor, Compaixão, Alegria, Equidade)

Não sendo este um processo fácil, como então, torná-lo possível?
Tome consciência de que:
Ø Quando aponta um dedo para outra pessoa, ficam três dedos a apontar para si.
Ø Quando fica irritado com alguém, isso apenas quer dizer que essa pessoa está a espelhar algo que não quer, ou não pode ver em si. Algo que rejeita e que, por isso, lhe retira o poder de se manter firme na sua acção não-violenta. Ninguém tem o poder de o irritar, é você que lhe dá esse poder.
Ø Fale apenas de si, ainda que seja mais fácil, por exemplo, dizer “o ser humano tem muita dificuldade em mudar”, do que “eu tenho muita dificuldade em mudar”, ser capaz de o mencionar, catalisará em si um processo de consciência e verdade interior.
Ø Torne consciência de que a sua vida é como a respiração... inspirar, largar, e que assim sendo não faz sentido apegar-se a algo, ao ponto de ficar doente. Entre no fluxo da respiração da sua vida...”


Espero que fiquem a pensar e... não esqueçam que estou aqui, coloquem as questões todas que sentirem vontade, responderei!

um risco!

Na chegada, o desencontro surgiu...
.. ainda coabitou nas encruzilhadas...

mas surgindo a vontade
.... que emergia
................por entre eles,
como o suave fogo que nasce com
....................a aurora...

a comunhão emanou,
..... enlaçou-se
retocando
.......aqui
....ali
..novamente, aqui!...

A paz cresceu,
dentro dela...
como sorriso expresso!...

E, a dor desvaneceu-se!...

E. a magia elabora-se...

Obrigada!

2006-08-01

"A Casa da Lagoa"


Hoje fui ao cinema...
... "A casa da lagoa"....


os seres humanos vêem aquele filme, e dizem:
(eles) - hum, ficção!
(elas) - ah, como eu gostaria!

eu?
vêem essa pintura?
eu saio desta forma!

Os seres humanos não acreditam no AMOR! Uns afloram-no; outras desejam-no, mas há outros que o VIVEM!!!

Dançar dentro do outro!
escrever as suas mãos...
ver com os seus dedos...
respirar com o seu arfar...

deixar de existir!...
para voltar a VIVER!!!