2018-03-10

O Meu Caderno Diário

Hoje, a preguiça visitou-me e não me apetecia deixar o quentinho. Há dias que nos toca a vontade de mudar a rotina.
Tive uns sonhos que me fizeram perguntar: por que é que sonhamos estes "filmes". rsrs Há muito que deixei de me interrogar sobre os meus sonhos, por não terem um sentido por os sonhar. 
Chego, muitas vezes, à conclusão que o nosso cérebro é mesmo um mistério, e que ainda temos muito a aprender com ele. A forma como ele se organiza e gere toda uma informação que armazenamos. Claro que andamos sempre à procura de responder ás questões que nos surgem, como por exemplo, como funciona a memória (que ainda é um "mundo" desconhecido) apesar de termos alguns factos no entanto, nem tudo é linear, e por esse motivo de vez em quando encontramos casos diferentes.
A Neurociência dedica-se ao estudo do sistema nervoso; hoje em dia é uma ciência mais interdisciplinar e coopera com outras áreas como a psicologia, a informática, a filosofia, a educação, a física e a química, e outras ciências que possam ajudar a compreender o funcionamento do sistema nervoso e dessa forma encontrar soluções para os desafios que surgem e existem.
É fascinante entender como funcionamos uma vez que é o cérebro que dirige o nosso comportamento, o nosso organismo. 

Isso faz-me pensar na intuição. Um tema que ainda é polémico por que uns confundem com instinto e outros dão-lhe um significado mais amplo do que aquilo que as investigações nos possam dizer. Daí, talvez, que outras ciências façam sentido ajudarem a entender como são os seres humanos.
Sobre a intuição gosto de ler os estudos que se vão realizando e também constatar a minha experiência empírica. O que descobri até agora é que vivi situações que me demonstraram que algo existe ao que eu designo como intuição. E, que a podemos desenvolver, visto que acaba por ser uma capacidade assim como sabermos cozinhar, costurar, desenhar, construir coisas. Uns têm talento nessas áreas, apesar da sua capacidade, outros têm de a desenvolver.
Eu tive um episódio o ano passado, ou no anterior, em que fui roubada. Levaram-me um tablet que não recuperei e um passe. Foi interessante a minha experiência. Tive várias vezes um pensamento que aquele tablet  iria ser roubado, que foi um presente de Natal (logo tinha um valor simbólico para mim). Pensava para mim: ora, será que começo a sentir-me mais frágil devido à idade? Ter medo? E, não dei muita importância.

Um dia, quando ia trabalhar, em vez de apanhar o autocarro que estava habituada, resolvi apanhar outro. Costumava usar o tablet para relaxar e jogava. Estava em pé no autocarro e vinha o seguinte pensamento: senta-te e joga. Com a mania de achar que era errado jogar (aquela mania que temos do certo e do errado rsrsrs) não me sentei. Conclusão: o autocarro encheu, eu senti empurrões. Saí e quando cheguei ao local de trabalho, e estava cá fora com os meus colegas, disseram: tens a mochila aberta. Foi quando dei que me tinham roubado o tablet e também vi, nos bolsos que me tinham roubado o passe que tinha acabado de comprar naquele dia.
A primeira reacção foi ficar furiosa (deitei cá para fora a injustiça que sentia; prefiro isso a guardar esse tipo de emoções); fui à polícia (o que mais tarde, soube que não deu em nada; nos autocarros as câmaras não funcionam ou não o fazem de forma eficaz) participar do roubo. O passe consegui recuperar o dinheiro, porque o Senhor que trata disso, viu o pagamento no sistema e fiz um passe novo. 
Conclusão: após deitar fora a fúria, soube de imediato porque é que tudo aconteceu. Quando me acontecem situações menos agradáveis, costumo perguntar-me: O que tenho a aprender?
Então, a minha lição era: a da intuição.
Não tinha escutado a intuição. Nem quando tive o aviso de que o tablet iria ser roubado nem quando "ouvi": senta-te e joga. Se me tivesse sentado, não teria sido roubada.

Portanto, nem sempre aquilo que parece ser algo negativo o é. Esta foi a lição final para eu passar a escutar a minha intuição e desde essa altura que nunca mais parou. Até mesmo quando é para levar um guarda-chuva, algo que não encontro em casa, lá está ela a funcionar.
A melhor forma de começar a treinar e ter consciência, é escrever os acontecimentos que vivemos, a ligar os sinais. Saber distinguir o meu pensamento do pensamento que é intuição, só através da prática.
Aprender a relaxar é crucial também. 
Ana Guerra

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