2006-04-02


a João SPP

por entre palavras
emaranhadas e sofridas
chegámos a porto
silvestre...

por entre sílabas
voltámos páginas
de mãos enlaçadas
toqueando
as penumbras...

resta o
silêncio de contrariedades
almejadas
certezas...

uma vontade
ansiada
segundo a segundo,
no mar das horas
ressoava
por mim...

no leito debruçado
o esquecimento realizou
o serpentear
corpóreo...

a languidez
das vozes calorosas
penetra nos poros
exaltando
um perfume...

o choque de corpos
esfuma-se, vulcanizando
o sonoro
espaço entre eles...

o sossego inquieto
restou sereno
até aclamar
o único embalar...

a entrega não
chega, antes
do deslumbre luar
que os ocupa
na mansidão de espaço...

sem o olhar
das mãos
o chamar ecoa
em si
por ele
através de UM...

vigiando o folgar
atenta o toque
sibilante dum corpo
no resguardo do outro...

amálgama de sussurros
fadiga transpirada
de encontro
a vales e rochedos
traz a voz
do vôo almejado...

sem o olhar
das mãos
a volúpia brota
até a serenidade
abranger o restauro
de cada um, em si...

a musicalidade
permanece...


de alguém, que deixaste travesso...







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