2006-05-14


2-junho-94

A travessia é longa quando nos propomos embarcar pelo caminho coberto de limos, que o mar empurrou através da corrente.
A descoberta longínqua dos sentimentos através das apalpadelas inseguras que o amanhecer nos obriga, faz com que o calor emerja pelo nosso corpo e a força converte-se na certeza e passamos à margem do desejo.
A troca interna que se estabelece pela minha mente percorre-me, deixando um turbilhão que anseio esclarecido. Os momentos apaziguadores reforçam a vontade de vencer. A escalada traz-me a confiança de alcançar o cume onde se estabelece o equilíbrio e a definição clarifica-se no seu esplendor.
A descida tornar-se-á leve, onde encontro a frescura dos tempos futuros. Amanhã, ao banhar-me no rio, limpo as crostas do passado que quero esquecer.
A pirâmide que construo desde os tempos de outrora traz-me a consolação da construção erguida e restabelece-me perante as vindouras eras.
Iluminadas visões que ardentemente desejo encarnar e viver continuam a surgir no meu horizonte e as sombras são meros reflexos que não me ultrapassam. Com elas convivo, mas não as envergo. Recusa forte porque o amor existe em mim, latente divindade que cada vez mais cresce no meu centro.
Céptico sentimento, esse com que esgrimam comigo, mas que venço na constante.
Os azulejos reflectem as ambições coloridas e sensaborosas, que tentam escaldar o meu ente.

...........Amanhã
....................Amanhã
sempre o amanhã
será o espelho
.........onde me vejo
e revejo
............até atingir
a calamidade risonha
..........que este sentimento
me abarga.

Embalada
.............e levada
nas ondas marinhas
.................que os homens usam
............e abusam
servem-me de vestes
...............renascendo e purificando
as sombras que escoam
...............pelas raízes que teimam
..................................vingar
...............As minhas!

......................-------------------

............O meu escudo
..........................abraçada irmandade
.......alumia a tocha
que nos serve
...................de amparo
.............e calor...
Conquista a conquista
...o nosso brazão
...........perene cunho
estratégia marcada
............perfume inspirado
manto debruado
.................com a certeza sabida
Cálice entrelaçdo
.........de ancestral conhecimento
embelezado de amor
Artur impulsivo
.........................................................


..................Homem descarnado
....................................e descoberto
............revelado e temeroso
a coragem
...............não-arma erguida
transporta o desapontamento
......perca saborosa
que escondida
...............se revelou.
Abraçada a espera
.....constante luta
................sem tréguas
o amor
.........semblante árduo
.... transforma a
...............comunicação

mas revela o interior que dificilmente é abraçado. O burguês comodismo impera os sentidos e revela-se rei, no mundano reino dos comuns.
A comunidade é exaltada como estandarte para esperanças desejadas, mas pouco conseguidas. As solicitações são erguidas e transformadas em fracas vestes onde o medo, o frio ultrapassa as expectativas. Ressentida a assembleia estremece e fragilizada continua lutadora, abrangendo as margens da construção erguida passo a passo.
A liquidez fluídica dos sentimentos é como "estrapaço" contra as agruras humanas.
As investiduras transportam á contínua investigação dos preceitos e normas institualizadas. O rendilhar emblemático das trocas comunicativas consomem-se sem regras e ordenadamente atingindo o supra.
(O disfarce mascára) A máscara disfarça a vontade retida e o remoínho elabora a escolha emergida do nosso epicentro.
A central espiral coloca-nos perante o ancião sacerdote regente universal.
A energia da tempestuosa e irónica nascente atravessando o cosmos, eleva-nos, interrogando, ao trespasse fundido da matéria. Insatisfatório resultado, este, que nos carboniza. A vontade conseguida traz-nos os filhos, responsabilidade adquirida no inatismo das coisas.
Objectos comprimidos resultantes do biológico desmembramento na descoberta do infinito.
Abraçados os conceitos e preceitos desvenda-se misterioso semblante, que chocado ilumina a estrada rodeada de ambições medidas e controversas.
A singeleza do gesto define o carácter voluntarioso que nos une e caracteriza. Homens descarnados e descobertos. A vossa complexidade é clara e evidente.
A fuga torna-se imperiosa quando a luz se apaga e confunde com o céu nocturno emblematicamente estrelar. Indícios transformadores da vontade que se quer forte e conseguida.
Amanhã as flores contar-nos-ão as histórias que as nossas carcaças encerram e nos desculpam a vergonha das actos.
Bem tento fugir, mas a convergência mantém-se. Porquê? A resolução nao está tomada nem assumida e, enquanto isso não for conseguido, por mais entremeios utilizar, sou convergida ao mesmo local.
A incompreensão e injustiça são os meios que me utilizam, nesse sentido. O amor desenganado transporta-me para a derme, epiderme e dermamente... A recusa humana de amar transporta-me sempre aos seus êxitos: pintura, escultura, música,poesai, romance, velejo, voar e tentativa de cosmonar.
As tentativas aceites são esperanças que alimentam o ser humano. A não desistência é o (alimento) pão consumido na vida diária.
Amanhã, sempre o amanhã que nos transporta ao hoje. Hoje somos, amanhã seríamos..... Quem? Puros seres, que albergam a necessidade de transformar o segredo em verdade e palavra.
Palavra trocada em séries não repetidas e iguais. A troca trocada na diferença reduz-nos à imutável sabedoria - o AMOR!
Resumido, transformado, concluído, adquirido, sentido será sempre lá o términus da questão.
Transporta-nos ao embrião que traça os nossos genes e vontades. A desilusão de alguns será o fruto conseguido e não desejado. Obra imperfeita, essa, que não escolheram, mas fizeram. Não se escusem daquilo que construiram. A tentativa perfeita da escolha será o desafio que escolheram e, portanto, aceitem a prova.










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