em revoltos turbilhões

emergem, rebolam
A saudade de
encontrar o corpo no corpo
e sentir-me um!
A saudade da gargalhada
que nos envolve na
cumplicidade.
A saudade contida
no acto da entrega
corpo a corpo
sentir a sentir.
A saudade aflitiva
do reconhecer turbilhante,
convulsivo do
prazer explosivo.
A saudade contida
da paixão que nasce,
cresce e vive...
A saudade retida
da missiva que leva
as palavras emergentes
do ser que ama e
é amado.
31 Março 88
O macho
corria para mim...
com a força da seiva
percorrendo os sulcos
intermináveis...
Fugi...
porque o medo me deu a mão...
Fugi...
porque a cabeça por entre as
almofadas estalava...
Fugi...
porque os braços frágeis me
amparavam...
O amor solto
rebola-me e atira-me contra
o peito robusto da
verdade!
O amor ébria-me
e traz-me de volta ao real
gelo que me toca.
20 Dezembro 87
Nana Guerra