2018-03-14

O Meu Caderno Diário

Uau! O vento e a chuva voltaram. Fazem-em lembrar os dias de inverno da infância. Em que tinha sempre vontade de ficar em casa. Nunca fui uma criança que brinca nas poças de água. Só crescida aprendi a não me incomodar apanhar uma molha. 

Por duas vezes, apanhei uma molha, daquelas que ficamos todos molhados até à roupa interior rsrsrs 

Chuva faz parte da Natureza, no entanto, chuva e frio não combinam comigo. Talvez se fosse chuva e calor, me fizesse menos impressão. Sempre me senti atraída pelos trovões e aprendi a admirá-los. Adoro ver uma trovoada e gostava de assistir a uma fora da cidade. Ver os raios no mar já vi. É LINDO! 

O arco-íris faz-me sempre pensar em poesia, música, e contos cheios de imaginação, um mundo fantástico!

 Imagino-me a deslizar por um, como uma fada ou um duende. Deve ser maravilhoso. A minha mente fica mais solta quando estou num mundo que crio e me faz sentir deslumbrante.
Não me interessa se os outros acham maluquice ou não, por que o que é fundamental, para mim, é isso fazer-me sentir bem e mais próxima de mim mesma. Não consigo imaginar-me sem a imaginação. Sei que existem seres que não a possuem; acredito que é um modo de estar na vida um pouco triste, limitado, insípido.
Sinto-me privilegiada por ser um ser imaginativo e ter criatividade através dela e de mão dada com a inteligência poder viver de forma diferente, isto é, ter um mundo muito próprio e ter consciência disso. É fantástico!
Bom, fui à rua e senti a força do vento. Não estava a chover, no entanto, está cinzento o céu, impregnado de nuvens. Os deuses escutaram-nos e trouxeram-nos a chuva que os nossos solos precisavam. Para alguns pode ser momentos desagradáveis, contudo a Natureza tem o seu equilíbrio e quando isso acontece, faz-me sentir que faço parte de um Todo e não sou esse Todo como alguns seres humanos parecem viver. 

Isso faz-me pensar no meu conceito de Deus. Deus, Amor ou Energia é para mim tudo o mesmo. No meu mundo são sinónimos. Faço parte disso e sei que só sou a Ana enquanto aqui estou. Um dia deixo de ser a Ana e passo a ser uma parte desse Todo até voltar a ter outra forma. 
Ao ser humano é difícil descolar-se da sua identidade; isso fá-los sentirem-se perdidos. Não faz mal precisarem dessa identidade, por que isso é uma característica de se ser humano, assim como termos emoções. Como alguns dizem: o milagre da vida é isso mesmo, o desafio de vivermos como somos. 
Claro que poderíamos viver com maior harmonia, ainda assim eu continuo a acreditar que isso acontecerá. O tal paraíso que o ser humano fala para alimentar a esperança de viver com mais alegria é aqui mesmo irá acontecer. Sim, eu creio nisso apesar de tudo o que vejo o ser humano ainda fazer aos da sua espécie e não só.
Ontem, acabou não haver reunião para a gravação. Agora o desafio é maior, gravar aqui em casa, sozinha e fazer o meu melhor. Hoje, vou dedicar-me a fundo nisso. Ontem, estive a fazer experiências. Vou falar de vários temas. Um deles é algo que me toca muito: liberdade e amor. 

Há quem acredite que nunca somos livres, por estarmos interligados uns aos outros e, sobretudo, na Terra dependermos dos que "mandam". Dependermos daquela coisa que o ser humano criou para lhe facilitar a vida: o dinheiro. Enquanto continuarmos a achar que ele é o criador em vez de nós, vamos sendo dependentes. 
Sei que posso, ainda, precisar dessa transacção para me mover por aqui, no entanto, sei que isso não me obriga a sentir-me presa, uma vez que isso é uma atitude que posso escolher viver ou não. 
A liberdade, segundo a minha perspectiva, está directamente relacionada com ser responsável e amar. Isto quer dizer que são características minhas. Escolhi isso para mim. Isso não me bloqueia a viver de forma diferente. Reconheço que somos todos educados que a perfeição é algo para atingirmos.
Depois, um dia podemos começar a pensar no que é isso da perfeição e quanto isso determina o nosso comportamento e, por consequência, a nossa caminhada será moldada segundo essas crenças. A perfeição para mim pode ser uma construção minha. Tenho uma característica, que descobri nem sempre me ajuda: ser prefeccionista (pois por vezes, acaba por se tornar estéril essa atitude). Acabei por reconhecer e aceitar isso em mim, o que me ajudou a ser menos dessa forma. Então, o que entendo por perfeição começou a ter outros contornos e essa exigência é vivida com mais tolerância o que traz algum oxigénio (imaginem o quanto é imprescindível o oxigénio para as nossas células). 
Então, perfeição passou a ser fazer o meu melhor. Sentir-me muito bem comigo mesma. O grau de satisfação mudou. Isso faz-me pensar na relação qualidade e quantidade. Provavelmente, é mais saudável encontrar um balanço razoável entre os dois pratos do que haver nuns casos mais qualidade e noutros mais quantidade. 
Ah, e outra coisa que também aprendi a desprender-me foi da aprovação dos outros. A educação que recebi (dos vários pares) ensinou-me a não ter necessidade de ter esse consentimento por parte dos outros nalgumas áreas. Fui tendo conta de que ainda precisava nalguns aspectos. Fui trabalhando isso e a forma que encontrei, foi perguntar a mim própria porque sentia essa necessidade.
Se partirmos do princípio que preciso libertar-me disto ou daquilo por que alguém o disse, é mais árduo libertar-me dessa atitude. Porquê? Por que o motivo por que quero isso é algo falacioso, e logo a segurança com que é incorporado é oca.
Ser livre e amar-me passa por acreditar em mim própria (auto-estima). Passar a confiar em mim e sentir-me orgulhosa de mim são aprendizagens que fui vivendo. Ainda me recordo da primeira vez que disse a mim: tenho orgulho em mim. Foi significativo porque não cresci a sentir isso (não me recordo dos meus pais falarem de mim dessa forma). Como aprender a receber elogios. Reconheço que ainda hoje tenho alguma dificuldade em gerir esses momentos.
Sentir que estou sempre a aprender, é motivador e impulsionador na medida em que existe sempre movimento na minha caminhada. Eu e a rotina não combinamos muito bem ;)
Obrigada por tudo o que me acontece.
Ana Guerra






1 comment:

Boanoitenoite said...

a Chuva e o Mau tempo, desta vez, decidiram visitar-te! ;)